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terça-feira, janeiro 24, 2006

REDEMPTION

Ontem estava olhando algumas fotos de Jaconé, que neste fim de semana tive a oportunidade de captar e fiz um curioso comparativo acerca de algumas coisas que rondam a minha, a sua, a nossa vida.
Eu fiz uma salada do caralho, prá dizer a verdade.
Típico. Quando não faço?
Talvez poucas pessoas saibam, porque não tenho tido muito tempo p/ escrever, mas se fosse abrir o verbo, todos teriam certeza que eu realmente sou uma pessoa seqüelada. Como não abro, fica o dito pelo não dito e certeza é algo que vcs não terão!

Olhando o pôr-do-sol de Jaconé - que segundo as pessoas que puderam acompanhar o do dia anterior, ganhou de 10 do dia em que eu assisti - fiquei pensando em como o Grande Arquiteto do Universo é generoso.
Lá, o pôr-do-sol, parece que foi pintado à mão.
Ele é uma bola de fogo e à medida que vai descendo, colore tudo a sua volta...



...e ainda se assemelha a um olho.


Uma das coisas que mais gosto em Jaconé, são as cores.
Lá, todas são intensas.
O azul é muuuuito azul.



O amarelo é amarelo demais.


O verde é completamente verde... fora os outros tons de cor (eu estava careta).

Então olhei práquilo tudo e me dei conta de como a gente passa por essa beleza e nem vê.
Quanto tempo esse planeta levou prá ser construído, o que só aumeta o crédito do Arquiteto, porque Ele poderia simplesmente, como um mágico ilusionista fazer e pronto. Mas não. Ele pensou em cada coisa, cada molécula, cada mineral, cada ossinho que alimenta a terra, cada componente não visto a olho nu, o que só aumenta a magnitude dele... prá quê?
Prá gente só se preocupar em adquirir, ter, ter, ter... em brigar, em ser mais que o outro, em não ser menos que ninguém.
A gente só se preocupa com o próprio umbigo. Tudo prá quê? Só prá ser mais? Só prá ter mais??
Então, a gente poderia muito bem viver num lugar que não tivesse nada.
A humanidade, poderia viver no nada, pois no nada, não há o que admirar. Só teria outras pessoas que serviriam de comparação. Aí a gente ia continuar se comparando, sem o nada para ilustrar. Bem a cara do ser humano. Grandes nadas!

É por isso, que quando a gente perde tudo a gente consegue enxergar a magnitude, a grandeza da vida.
É por isso que quando se perde a liberdade, a saúde, ou a vida, a gente enxerga cada pequeno detalhe que o Arquiteto já havia pensado há milênios (olha o quê q um pôr-do-sol foi capaz de fazer comigo!!!)

Aí ontem, eu vi o filme que conta a biografia de Stan Williams (aquele que foi executado na Califórnia perto do natal).
Stan para quem não sabe, foi um chefe de gang que matou quatro pessoas em confrontos com gangs inimigas.
Depois de quase perder a vida e por fim parar no corredor da morte (além de permanecer 6 anos na solitária), ele começou a se instruir e pensar nas merdas que fez.
Concomitante a tudo isso, conheceu uma jornalista negra que se interessou por sua história de vida (o negra é porque ambos eram crioulos. Ah! foda-se!)
Ele já havia estudado bastante, já tinha percebido que poderia ter feito outras escolhas e aproveitou a chance de poder ser ouvido, para evitar que outras pessoas optassem, digo crianças, como ele.

E foi assim, que ele se deu conta de como a vida é importante e como ele merecia estar ali.
Ele podia ter sido mais um preso, mas fez a escolha certa. Decidiu ser útil. E conseguiu acabar c/ a guerra de gangs de seu antigo bairro e diminuir o interesse dos jovens em se aliarem a gangs, pelo resto do mundo. Como?? Escrevendo livros, ditados a tal jornalista.
Os livros dele foram distribuídos em escolas no que seria o ensino fundamental aqui.
Até visita das crianças ele recebeu.

Embora tenha apelado insistentemente pela vida, embora tenha ganhado o prêmio Nobel, embora tenha influenciado para o bem, ele tinha o sangue de 4 pessoas a resgatar.
E foi condenado.
Olha que história linda!!
Numa passagem do filme, ele ganha uma rosa da jornalista e come uma pétala da rosa, após cheirá-la muito. Ele diz que queria absorver a essência dela...

No meu trabalho, existem várias janelas e vc pode regular a persiana, para que ela fique aberta.
De uma equipe de 20 a 25 pessoas, apenas 1 usa a persiana aberta. O restante a fecha.
Eu estou ocupando o lugar de uma pessoa que voltará e já soube que ela também fecha a persiana.
O lugar que eu ocuparei, não fica próximo a janelas. Uma lástima. Eu a deixaria aberta para o sol entrar.

Bj na boonda (essa história continua)

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