Aí vc vira pro lado e dorme. E o mundo está explodindo lá fora. Bem ali fora da sua janela.
A gente está acostumado a olhar só pro nosso umbigo, mas não somos uma ilha, somos uma conectividade.
Eu mesma, eu não olho pro lado. Eu olho pros meus. E sou tão egoísta quanto.
Será q esse mundo tem jeito dessa maneira?
Será q a gente vai continuar botando os "representantes" de maneira errada? Até quando? Quem é quem, dá pra saber?
Não por acaso, temos um presidente da comissão dos direitos humanos homofóbico, misógino e racista. Racista esse, que alisa cabelo, homofóbico esse, que posta fotos muito suspeitas sexualmente falando no Instagram, misógino esse, q nasceu de uma mulher (é... graças ao Cláudio Peixoto já sei o que é misógino)!
Não por acaso também, temos um presidente eleito na comissão do meio ambiente, cuja fortuna se deve gracas à derrubada da selva, ao sangue do verde, aos olhos de todos. Esse, é senão o maior produtor de soja do mundo. Do Brasil certamente.
E nessa hora eu olho pro meu umbigo e lamento não ter estado ali fora. É uma condição ficar aqui dentro, porque acreditamos q de dentro, a gente pode contribuir. No entanto, a nossa contribuição sempre acaba parando nas mãos erradas e essa máquina política q anda torta e paira sobre nossas cabeças, é tão só consequência das nossas escolhas equivocadas.
Até quando?
Nas redes sociais, divulga-se piadas de bom e mau gosto e nós, das nossas poltronas, somos canal propagador de lixo, q não acrescenta em nada, nem a ninguém. No máximo, a gente chora as nossas próprias pitangas.
Já vi acontecer. Às vezes um simples ato silencioso de vestir preto por uma ou outra causa, dá em nada. Um número minguante de idealistas vestem o preto pra tocar suas vidinhas (eu inclusa).
Nem isso. Uma camiseta preta básica, que poderia significar muito.
Enquanto isso, entra governo e sai governo, escolhido por nós mesmos, via de regra é baseado em roubalheira, corrupção e diversos sinônimos.
Péralá! Somos nós os culpados. Somos nós os responsáveis pela displiscência. Estamos anestesiados demais com a beleza do nosso próprio umbigo e "não me excluo fora dessa!"
E não se iluda pensando que eu talvez faça a minha parte como deveria. Eu também sou vc! Tenho lá meus valores e minhas éticas, mas não sou diferente.
Há anos atrás, rolou um princípio de barraco no metrô, onde uma senhora do tipo que viaja em pé todo dia pra ganhar seu pão, falou alto que se tivesse no poder, meteria a mão meeeismo, ajudaria sua família meeeeismo e q bobos somos nós q achamos q tem de ser diferente.
Fiquei horrorizada!
Achei de uma pobreza de espírito deselegante. Nem por um segundo perguntei qual a educação q ela teve ao longo da vida, se era uma senhora mesmo ou se estava carcumida pelo sacrifício, ou se sequer teve educação. Se ela fazia parte do joio ou do trigo. Meu umbigo de novo, meu ponto de vista outra vez, minha ótica, claro.
Eu sei q tem q mudar.
Não faço ideia do processo de como isso vai se dar, mas sei o princípio! Começa com união.
Pra se ter uma ideia, essa união de pessoas indignadas com nosso presidente da Comissão dos Direitos Humanos, atingiu aos influentes da cultura do país a reivindicarem a saída desse senhor. Se vai dar certo ou errado, pense, isso começou nas redes sociais. Com apenas um clique.
E esse clique serve ao menos pra mostrar que nosso mundo não é bagunça, mesmo que embrionariamente, só falta mais gente e mais pressão.
#Reflitão
*Post inspirado no blog da Eliza e no documentário Entre Muros e Favelas.