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segunda-feira, fevereiro 09, 2015

MENINAS PEQUENAS FAZEM VOZ DE BEBÊ PARA CONVENCER?


Em busca na vasta literatura googleana e wikiana, nada foi encontrado. Nenhum estudo psicológico, nenhum depoimento pediátrico, nenhum relato de mãe contando sua experiência. Nada.

Talvez o fato não chegue mesmo a incomodar as mães, talvez elas achem até bonitinho, no entanto se trata de uma realidade e por certo, há de incomodar alguém. Sim, incomoda. O mundo não é feito só de mães amorosas.

Parando de embromar e indo direto ao ponto, naquela fase dos 3 anos, algumas meninas, normalmente as mais inteligentes, que desenvolveram cedo um vocabulário certinho, com poucos erros e que fique claro, erros estes que vão além da vontade de nossas meninas, algumas delas danam a falar como bebês, principalmente se essa fala tem um objeto de desejo em foco. Mas será que é sempre assim?

Posso dividir com vocês a minha experiência, já que não encontrei nada na literatura internética para servir de apoio. E olha que procurei!

Vamos saltar para o ano de 1976, eu então com 3 anos completos, indo fazer 4 no final do ano. Fui o tipo de menina diferente da maioria. Falava tudo certinho, corrigia os outros, inclusive os mais velhos. Praticamente uma chata. 

Como fui primeira filha, primeira neta, primeira um bando de coisa, era cercada de mimo. Vivia no colo alheio sendo agarrada e beijada e me sentia muito segura e muito bem, obrigada com tanto chamego. Em troca, tentava ser a melhor no que podia ser. 

Primeiro, a fala. Falava quase tudo correto. Sabia o nome de tudo e de todos, inclusive personagens de novelas com respectivos atores. A rainha da repetição. Ouvia e sabia repetir quando alguém tinha alguma dúvida. Quando a língua não dava, por conta da idade,  a próxima palavra tinha de sair certo. Só que chegava uma hora em que eu queria ser apenas uma menininha de 3 anos, quase o bebê da mamãe. E bem nessa hora em que eu cansava de ser a inteligente superpoderosa, danava a falar que nem bebê e tudo errado. 

Dona Engraçada fazia vista grossa. Em outros momentos que estava meio sem paciência, ela me mandava falar direito. 

DONA ENGRAÇADA ME MANDANDO FALAR DIREITO -  Fala direito, menina!

Eu me envergonhava, mas não dava o braço a torcer. Continuava, até voltar ao normal naturalmente.

Nunca imaginei que fosse me deparar com isso novamente, afinal, isso não acontecia com as minhas amigas de infância. Achei que fosse um caso isolado. Até que tive uma filha. 

Bem, a minha filha é isso aí. Inteligente, fala o dia inteiro, bichíssima, não sai se não estiver montada e às vezes eu tenho a sensação que ela é uma mulher de trina e poucos aprisionada no corpo de uma criança. Pelo seu jeito de se expressar, pela sua atitude, pela sua noção das coisas, pela sua certeza digamos assim.

Assim como eu, ela fala tudo explicadinho e erra muito pouco o vocabulário. Desde os 3 anos era assim, tanto que quando errava, a gente nem corrigia. Apenas falávamos a palavra novamente de forma correta para ela ir ouvindo e aprendendo o certo. 

Também como eu, ela vive no colo sendo agarrada, beijada, cheirada, apertada, sabendo o quanto é linda e amada todos os dias. E é bem nessa hora que ela tem um ataque de bebê. 

No caso dela, também não está relacionado a querer algo, ou a convencimento materno, mas mais pra um derretimento por reconhecer o amor e amar de volta. Então ela dana a falar tudo errado que nem bebezinho. Nossa postura em relação a isso é simples. Vai passar e passa

Meu susto em reconhecer tal fato, é que com os meninos não teve isso. Eles não faziam esse tipo de gracinha, o que me fez supor se tratar de exclusividade feminina. Aliás, mamães, o drama também, fiquem sabendo! Um saco!

Essa semana me deparei com algo inusitado. Talvez pelo fato de os exemplos que citei acima serem de relações de parentesco parecidas. Mas e quando se trata de casos em que os envolvidos não sejam necessariamente mãe e filha? E se estivermos nos referindo a relações de madrasta e enteada? E se a madrasta não for mãe, será que ela receberia essa fase com tamanha naturalidade e desprendimento?

A gente sabe que quando a mulher ainda não é mãe, ela ainda é o centro de seu universo e ter de lidar com filhos que não são seus no pacote amoroso, não é tarefa das mais simples. Principalmente porque a mulher que ainda não tem filhos, não tem a bagagem nem o saco de Papai Noel para aturar certas coisas e isso nem é culpa dela. É só uma fase anterior a que estamos agora. E nem é culpa de ninguém! Também fomos assim. 

Cabe às mães antes de mandar as filhas para a casa dos pais, ter uma conversa franca com ex, para que esteja alerta e atencioso com a filha, a ponto de contornar a situação se a pequena extrapolar. Mas e então? Como contornar este tipo de situação? Como ter esta sensibilidade que a criança está incomodando com voz de bebê, quando sua idade corresponde a outra maior?

Mais uma vez, o segredo é tratar com carinho, desviar o foco da criança, arrumar uma brincadeira, dar um rolé e por outro lado, conversar com a atual companheira e pedir um pouco de paciência. Não é nada demais, é só um denguinho (que, Ok, ela não tem obrigação de entender, mas sejamos adultos!). 

Para a filha também não deve ser fácil ver o papai ou a mamãe dividindo seu espaço com alguém novo, ainda que a criança lide bem com o novo par. Esse lidar "bem" pode ser um fator externo, não necessariamente o que vai em seu íntimo e nessas horas, é importante mais observar e ter paciência, que chamar atenção para o fato. Portanto, não repreendam. Não desperte a atenção. Dê carinho, companhia, seu calor, que essa fase passa.

A gente jamais deve ter um comportamento de nivelamento com a criança, mas mostrar que somos mais velhos e queremos seu bem, como adultos de comportamentos adultos, apenas. Tudo o que elas precisam é se sentir seguras.

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